28 de ago. de 2009

René Jules Lalique: Mestre do Vidro

René Lalique in 1903

René Jules Lalique (n. Ay, Marne, França, 6 de Abril de 1860 - f. 5 de Maio de 1945) foi um mestre vidreiro e joalheiro francês.

Vidro do perfume 'Ambre Antique', feito para o perfumista Coty em 1910


Teve um grande reconhecimento pelas suas originais criações de jóias, frascos de perfume, copos, taças, candelabros, relógios, etc., dentro do estilo modernista, (Art nouveau e Art déco). A fábrica que fundou funciona ainda e o seu nome ficou associado à criatividade e à qualidade, com desenhos tanto faustosos como discretos.

Calouste Sarkis Gulbenkian, 23 de Março de 1869 - 20 de Julho de 1955

Grande admirador e coleccionador da obra de Lalique foi Calouste Gulbenkian, empresário petrolífero de origem arménia radicado em Portugal, que criou o Museu Calouste Gulbenkian em Lisboa, onde se expõe uma parte importante da obra de René Lalique.


Dragonfly woman corsage ornament, 1897 - 1898

A joalheria Arte Nova

Aos 16 anos iniciou a sua aprendizagem com o joalheiro parisiense Louis Aucoq e depois ingressou os cursos do Sydenham Art College em Londres entre 1878 e 1880. Ao regressar a França trabalhou, entre outras, para as empresas Aucoq, Cartier e Boucheron.

Em 1882 começa a fazer desenhos independentes para muitas casas de jóias de Paris, e em 1886 abre a sua própria joalharia. Em 1890 era já reconhecido como um dos desenhadores de jóias Art Nouveau mais importantes de França, criando peças inovadoras para a loja La Maison de l'Art Nouveau de Samuel Bing, em Paris.

Seguindo as fontes de inspiração da Arte Nova criou peças representando fauna e flora, (pavões-reais, borboletas e outros insectos reais e imaginários). Inovou utilizando materiais pouco comuns à joalharia da época, como o vidro, esmalte, couro, marfim, nácar, e utilizando mais pedras semi-preciosas que preciosas. Os seus desenhos eram realizados por uma equipa de ajudantes de diversas especialidades.




Mestre vidreiro

Depois de ter aberto uma loja na Place Vendôme de Paris, concebe frascos de perfume em vidro, sendo assim o primeiro a imaginar la comercialização de um produto tão emblemático de luxo e do refinamento numa embalagem igualmente delicada e esplêndida. Mas também pensou produzir estes belos objectos em grandes séries, fazendo a sua arte acessível a um número crescente de pessoas.

Em 1914, reconverteu a sua fábrica de vidro para produzir material médico para hospitais e farmácias. René Lalique não se contentava com desenhar os seus modelos, e construiu também uma fábrica em Wingen-sur-Moder para produzir em grandes quantidades, patenteando diversos processos novos de fabrico de vidro e vários efeitos técnicos, como o satinado Lalique ou o vidro opalescente.

A excelência das suas criações e o gosto que aplicava às suas obras valeram-lhe ser encarregado da decoração interior de numerosos navios, trens (comboios) como o Expresso do Oriente, igrejas como a de São Nicásio de Reims e numerosas construções religiosas e civis.
René Lalique foi o primeiro a esculpir o vidro para grandes obras monumentais, como as portas do Hotel Alberto I de Paris ou as fontes dos Campos Elíseos.






Henri Toulouse-Lautrec



Henri Toulouse-Lautrec


Henri-Marie-Raymonde de Toulouse-Lautrec-Monfa nasceu em Albi, França, em 24 de novembro de 1864.
De família aristocrática, recebeu educação artística e praticou esportes até os 14 anos, quando sofreu um acidente e quebrou o fêmur esquerdo. Menos de um ano depois, quebrou o direito. Nunca pôde se restabelecer e suas pernas atrofiadas e disformes dificultavam-lhe a locomoção. Dedicou então cada vez mais tempo à pintura. Em 1872, em Paris, ingressou no Liceu Fontanes (posterior Liceu Condorcet) e, em 1881, depois de bacharelar-se, enfrentou a oposição familiar e decidiu tornar-se pintor. Um de seus primeiros mestres profissionais, Léon-Joseph-Florentin Bonnat -- veemente defensor das normas acadêmicas e contrário aos impressionistas --, abominava os desenhos do aluno.
Em 1883, Toulouse-Lautrec passou ao estúdio de Fernand Cormon, onde conheceu Van Gogh e Émile Bernard. Apesar do apoio do novo mestre, sentia a estética acadêmica como algo cada vez mais restritivo e insuportável. Montou um estúdio particular em meados da década de 1880 e passou a freqüentar os teatros e cabarés do bairro parisiense de Montmartre, que tornaria célebres em sua obra.
Ao contrário dos impressionistas, demonstrou pouco interesse pelas paisagens e dedicou-se aos interiores. São famosos "Moulin Rouge", "Au salon de la rue des Moulins" e inúmeros retratos, gênero a que conferiu incomum aprofundamento
psicológico com grande economia de meios.

Moulin Rouge - 1894

Au salon de la rue des Moulins - 1891


O estilo pessoal de Toulouse-Lautrec, de linhas livres e onduladas, transgride freqüentemente as proporções anatômicas e as leis da perspectiva em favor da expressividade. As cores intensas, em combinações rítmicas, sugerem movimento.
As figuras são situadas na tela de forma a que as pernas não fiquem visíveis. Interpretada como reação à condição física do próprio artista, essa característica elimina a obviedade do movimento, que passa a ser apenas sugerido.
A simplificação do contorno e o uso de grandes áreas em uma só cor caracterizam os cartazes, que estão entre suas obras mais significativas.
A partir de 1892, Toulouse-Lautrec dedicou-se à litografia. Entre as mais de 300 que produziu, destaca-se a série Elles, sensível panorama da vida nos bordéis.
O surgimento da série coincidiu com a deterioração de seu estado físico e mental. Entregou-se ao alcoolismo e seus modos irônicos não disfarçavam o sofrimento decorrente de sua deformidade. Em 1899, após grave colapso nervoso, passou alguns meses num sanatório mas, no ano seguinte, voltou a beber.
Henri de Toulouse-Lautrec morreu no castelo de Malromé, Gironde, França, em 9 de setembro de 1901. Apesar da excepcional popularidade de seus cartazes publicitários, como os que fez para Aristide Bruant, Jane Avril, May Belfort e outros artistas, além das numerosas litografias, só posteriormente reconheceu-se a importância de sua obra, que prefigurou revolucionários movimentos artísticos do Século 20.


Baile no Moulin Rouge - 1890

Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes publicitários, ajudando a definir o estilo que seria posteriormente conhecido como Art Nouveau.







Gustav Klimt

Polêmica é a palavra que descreve Gustav Klint. Suas composições foram motivos de calorosas discussões no meio artístico vienense e europeu, por sua personalidade artística forte que muitas vezes contradizia os objetivos das peças que era contratado para criar. Com fortes influências do Art Nouveu, suas obras denotavam erotismo, através do retrato nú feminino, demonstrando muito mais que o corpo, mas também o amor e a paixão. Com estilo incomparável, as formas, linhas e a palidez são características de seus principais quadros. Suas obras impressionavam pela utilização de mosaicos



O beijo
Dánae

Suas principais obras, tidas como suas marcas registradas, são "O Beijo" (1907), no qual retrata sua amante, Emilie; e "Dánae (1907)", onde muitos interpretam sua provocação através de uma torrente de moedas de ouro e espermatozoides.

Referências
O Anime Japonês Elfen Lied faz diversas referências à obra de Klint em sua abertura, assim como em seu personagem principal, uma mulher ruiva de sexualidade aflorada e ao mesmo tempo meiga como uma criança.

Art Nouveau - Henry van de Velde


Henry van de Velde foi um arquiteto, designer e pintor ligado ao movimento estético.

Estudou pintura em Paris, na França, e é adepto do estilo neo-impressionista, tornando-se em 1889 membro de um grupo de artistas em Bruxelas.

Em 1892 abandona a pintura e direciona sua arte para a decoração e arquitetura, sendo considerado uma das pessoas que servem de inspiração para o movimento Artes e Ofícios (arts and crafts).

Responsável pela Escola de Artes e Ofícios, junta-se com alguns outros arquitetos e funda a tão conhecida Staatliches Bauhaus (Casa Estatal de Construção), com sede em um edifício construído por ele mesmo.


Staatliches Bauhaus

Defende que acima do gosto decorativo está a funcionalidade, aceitando a decoração que não a prejudique. Assim, se um objeto é para ser útil deve transmitir a sua funcionalidade e igualmente seduzir o utilizador com as suas formas. A decoração e a construção fazem parte de um todo. Reconhece a importância da união da arte e da indústria; no entanto, suas criações estavam longe de serem produzidas pela máquina. Para ele o artista deveria ser um criador livre e espontâneo, e não sujeito às exigências do comercialismo nem de uma produção em série. As suas teorias ficaram como pilares para que a geração seguinte viesse a amadurecê-las e a encontrar o equilíbrio entre criatividade, estética e produção seriada.

As obras de Van de Velde:

A decoração interior do Museu Folkwang em Hagen (Alemanha, 1900-1902).

A casa Hohenhof em Hagen (1909).

Oteatro para a Exposição da Werkbund de Colônia, hoje desaparecido (1914).

O Museu Kröller-Müller em Otterloo, Holanda (1921).

Desenhou igualmente ilustrações para livros e encadernações, assim como móveis, candeeiros, objetos de prata, estampados e cartazes, redigindo diversos ensaios sobre teoria da arte, entre eles "Do Novo Estilo" (1907).